Estudo do livro Nosso Lar
Francisco Cândido Xavier
Pelo Espírito de André Luis
Capítulo 22 – O Bônus-Hora
Tópicos para Estudo
“Há duas tragédias na vida: uma a de não satisfazermos os nossos desejos, a outra a de os satisfazermos.”
Oscar Wilde
Trabalho e Remuneração
É impressionante notar como tudo no universo se completa, e, ao analisarmos profundamente certas questões, vemos como tudo retorna para o mesmo ponto de partida. O movimento constante evolutivo, em todos os seguimentos da existência, segue os mesmos princípios cíclicos, onde tudo age e reage. Nesse capítulo, André Luiz aborda com as narrativas preciosas de Dona Laura a questão da qualidade e da valorização das diversas formas de serviço, assim como das expectativas pessoais de cada indivíduo. Veremos que, a questão da remuneração segue os mesmos princípios. Que reações/remunerações buscamos de nosso trabalho?
O “Bônus-hora”, a forma de remuneração empregada na colônia de Nosso Lar, é estruturada de muito mais abrangente que somente o pagamento a um serviço prestado. Não somente horas de trabalhos são contabilizadas; a qualidade moral, a dedicação e boa vontade são levadas primordialmente em conta.
O celeiro fundamental é propriedade divina.[1]
Nem todos têm acesso igual às necessidades básicas para sobrevivência - a igualdade de direito ao patrimônio comum ainda é considerado uma utopia em nosso planeta. O homem toma para si como propriedade o que a natureza fornece a todos. Os que têm acesso à todas as necessidades básicas de sobrevivência (água potável, alimento e vestuário) desde o nascimento no planeta são infelizmente considerados privilegiados. O custo, muito alto, não é acessível a grande parte da população terrena. Da minoria favorecida, prevalece o abuso e o desperdício constante. Triste realidade, que líderes mundiais não tem isso como preocupação. Perdoem a minha ignorância caso esteja errada, mas não vejo nenhuma discussão sobre o assunto entre os líderes, nem a preocupação de tentar prover a todos o básico. Cada um cuida de si, de sua família, de seu país, e não do mundo. Um dia, um dia, talvez...
Precisamos conhecer o preço de cada nota de melhoria e elevação.
Nada existe sem preço, e para receber é indispensável dar alguma coisa.
Pedir, portanto, é ocorrência muito significativa na existência de cada um.
Tudo na vida tem um preço. Não preço no sentido da moeda somente, e sim em pensarmos que nada feito é em vão. Por isso devemos sempre pensar em ações, pois as reações também podem ser consideradas como “preço.” Cada passo na caminhada evolutiva representa um mérito alcançado – a “remuneração” suprema. Sempre afirmo: do nada, nada acontece. Essas são as regras, simples, justas e sempre vigentes. É importante entender essa remuneração não como recompensa ou castigo, mas sim como a única forma que os seres ainda estão capazes de entender o seu progresso. Progredir é bom, traz coisas boas, faz sentido.
Se, na orientação ou na subalternidade, o trabalho é de sacrifício pessoal, a expressão remunerativa é justamente multiplicada.
Não importa trabalhar somente, o mais importante é saber servir. Doar o pouco que se sabe ou tem com a alma abnegada de amor. Nada como ofertar sem esperar em troca. “Cooperar no engrandecimento do patrimônio em que vivemos” é fundamental ao progresso e bem estar do homem. Compartilhar, proporcionando igualmente a todos acesso aos bens primários deveria de constituir meta pessoal de cada indivíduo.
A natureza do serviço é problema do mais importantes; contudo, na própria esfera da crosta é que o assunto apresenta solução mais difícil.
Toda a remuneração na Terra é ainda baseada na autoridade do serviço. Quando o crescimento profissional, para os padrões terrenos, atinge o sucesso e a prosperidade, raros são os que se dão conta da responsabilidade para com os que sofrem ou passam dificuldades. Alcançar patamares superiores em funções de serviço também não é produto da sorte ou do acaso. Sempre é fruto de diversos fatores, especialmente o esforço pessoal e o apoio alheio.
Se você obteve sucesso profissional, certamente deveu-se a muitos, que, direta ou indiretamente proporcionaram possibilidades para que seu esforço e planos se consolidassem.
Considere em especial o apoio supremo do Criador, que concedeu nessa existência a oportunidade do aprendizado nos setores mais altos da responsabilidade do serviço ao próximo na Terra. O dever moral dos que estão em cargos que envolve decisões sobre o futuro e felicidade de seus subalternos é proporcional à remuneração exigida pelos que trabalham – enorme. Todavia, este dever é comumente esquecido perante outras exigências que são consideradas mais importantes.
A maioria dos homens encarnados está simplesmente ensaiando o espírito de serviço e aprendendo a trabalhar nos diversos setores da vida humana.
Nos planos espirituais superiores, não se especificará teor de trabalho, sem a consideração dos valores morais despendidos.
Que importa o que faço? O que realmente é importante são as necessidades vigentes. Em outras palavras: a tarefa. De que adianta um ser um supremo expertise em uma área não necessária? Quem pode definir com precisão qual tarefa é mais importante? Todas são importantes, do ponto relativo e absoluto. Se existe um trabalho, uma tarefa, esta é que importa. Se, num laboratório, a limpeza não for mantida, de nada adianta o trabalho de muito cientistas, se uma babá não realiza bem o seu trabalho, como a mãe poderá exercer seu cargo de executiva? – assim como na natureza, tudo se encadeia, tudo funciona e é essencial. O trabalho das abelhas é tão importante para o equilíbrio do planeta quanto a de um humano, ou de um micróbio ou de uma bactéria.
Todo o ganho externo do mundo é lucro transitório.[...] O verdadeiro ganho da criatura é de natureza espiritual.
As aquisições fundamentais constituem-se de experiência, educação, enriquecimento de bênçãos divinas, extensão de possibilidades.
GANHAR, APROVEITAR, COOPERAR, SERVIR[2]
Por mais difícil que a lutas da vida possam parecer, cada um recebe sempre o mínimo para que o aprendizado em uma encarnação se concretize. Vendo as barreiras como oportunidades de crescimento, pode-se aproveitar o momento e prosperar. A providência divina estará sempre atuando concomitantemente com cada um, para que o progresso espiritual se realize. Com o progresso, o homem deve cooperar, servindo ao próximo e ao ambiente que vive. Com isso, o ciclo retorna, pois ao final, o indivíduo é sempre o que mais ganha com o benefício proporcionado. Ganhando mais, aproveita mais, coopera mais e serve cada vez mais...Pensem nisso.
Nota informativa:
Esses estudos estão sendo realizados por Andréa Botelho em colaboração aos serviços do Grupo Z.V.S.-Berlin e.V. – www.zvs-berlin.de
Maiores informações sobre esse estudo: andrea.botelho@zvsberlin-de
Texto em anexo para reflexão:
REMUNERAÇÃO ESPIRITUAL
Quando o trabalho, no entanto se transforma em prazer de servir, surge o
ponto mais importante da remuneração espiritual: toda vez que a Justiça Divina nos procura no endereço exato para execução das sentenças que lavramos contra nós próprios, segundo as leis de causa e efeito, se nos encontra em serviço ao próximo, manda a Divina Misericórdia que a execução seja suspensa, por tempo indeterminado. E, quando ocorre, em momento oportuno, o nosso contato indispensável com os mecanismos da Justiça Terrena, eis que a influência de todos aqueles a quem, porventura, tenhamos prestado algum benefício aparece em nosso auxílio, já que semelhantes se convertem em advogados naturais de nossa causa, amenizando as penalidades em que estejamos incursos ou
suprimindo-as, de todo, se já tivermos regado em amor aquilo que devíamos
em provação ou sofrimento, para a retificação e tranqüilidade em nós mesmos.
Reflitamos nisso e concluamos que trabalhar e servir, em qualquer parte, ser-nos-ão sempre apoio constante e promoção à Vida Melhor.
Emannuel (espírito) / psicografia de Chico Xavier. Livro: Perante Jesus.
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