enquanto

veias pulsam
o seco
o molhado
investem sulco
no pesadelo do passado
na imensidão do devaneio
escorrem sangue
no sepulcro
onde tudo jaz
a vida eterna prometida
faz-se certeira de outra vida
o mundo renovado
aqui encontra-se jogado
ao lado
derramando fontes de luz
aos embriagados
estrelas fortes que já foram
noites que trazem males
o inferno correndo ao lado dos mortais
trazendo pena e morte
vida sem vida
escorre
por cantos, esmos, beiras
transpassando o suporte
da vida,alma inteira
nada se faz
aonde quer chegar
tudo fica mais calmo
no amanhã
a vida lenta passa
enquanto turbinado
o tempo
corre
corre corre corre
as veias pulsam
tentam acompanhar
mas o sangue não sabe
o sangue dispara
trazendo o coágulo
trazendo a paralisia
enfim o desenlace
dessa vida maligna
numa talvez, possível benigna
dependendo do seu livre-arbítrio
e lá chegando
vê
que muito há de fazer
e qual mortal deveria saber
que o inferno nos é amigo
ajuda a nos entender
o que deveria ter feito,
no antigo